junho 29, 2011

A prisão de advogados e funcionários de confiança do Poder Judiciário suspeitos de terem desviado cerca de R$ 1 milhão de contas judiciais foi o tema do discurso do deputado estadual Douglas Fabricio (PPS) nesta quarta-feira (29), na Assembleia Legislativa. Ao lembrar que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encabeçou um movimento contra a corrupção na política no ano passado, o deputado cobrou a mesma postura do órgão sobre esse episódio.

 

“A OAB deu uma importante contribuição à sociedade com o movimento O Paraná que Queremos, onde divulgava e exigia medidas contra a corrupção na política. Agora espero a mesma postura em relação a essas pessoas, que pela profissão são ligadas à OAB e até prova em contrário estão causando prejuízos à sociedade”, argumentou o parlamentar, ao reforçar o discurso que já fazia no ano passado: que em todos os segmentos existe gente séria e gente desonesta.

 

O deputado também observou que a prisão dos advogados e funcionários do Judiciário não teve a mesma repercussão na imprensa como as prisões de diretores da Assembleia. “Imagine se fossem políticos ou assessores que tivessem sido presos suspeitos de desviar R$ 1 milhão dos cofres do Estado”, comentou Douglas.

 

As prisões foram efetuadas com apoio da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, Divisão de Crimes contra o Patrimônio, Vara de Inquéritos Policiais, com acompanhamento de promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). O grupo é suspeito de ter cometido os seguintes crimes: estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos, formação de quadrilha, peculato e apropriação indébita.

 

Os ex-superintendentes da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) Daniel Lúcio de Oliveira e Eduardo Requião serão convidados a prestar informações na CPI que está investigando denúncias de irregularidades nos portos paranaenses. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (29) pelo presidente da Comissão, deputado estadual Douglas Fabrício (PPS).

 “São pessoas que ocuparam a direção dos portos e que agora precisam prestar conta das suas gestões ao povo do Paraná”, disse Douglas.

A intenção dos deputados que compõem a CPI é ouvir os ex-superintendentes após o recesso da Assembléia Legislativa, que começa na segunda quinzena de julho. Também estarão na lista de convidados ex-diretores da APPA, sindicalistas e empresários que operam em Paranaguá. Os nomes deles são mantidos em sigilo pela CPI.

Nesta quarta-feira (29), foi realizada em Curitiba mais uma reunião de trabalho da comissão. Além de Douglas Fabrício, participaram os deputados Mauro Moraes, Fernando Scanavacca e Jonas Guimarães.

Durante o encontro, os deputados confirmaram que farão uma visita técnica ao porto de Paranaguá na quinta-feira da próxima semana (7). Além de conhecer os equipamentos que teriam sido adulterados, como a balança de pesagem e as correias de embarque de grãos, os parlamentares vão vistoriar as instalações do Terminal Público de Álcool e de Contêineres.

Eles também devem buscar os documentos solicitados à APPA na semana passada. Entre eles, os referentes a licitações e chamamentos públicos feitos pela autarquia a partir de 2006, cópias das ações trabalhistas envolvendo os portos  e sobre as operações do terminal Barão de Teffé.

“Vamos analisar todos os documentos durante o recesso para que a CPI não pare. Depois disso, começaremos a ouvir as pessoas já indiciadas pelo Ministério Público Federal e vamos aprofundar algumas denúncias que estamos recebendo pelo email cpidosportos@gmail.com”, explica Douglas.